"A vida era o que era, e ele cada vez mais longe de sua fonte, mesmo se de volta a ela, como agora - tudo no caminho é para ficar lá atrás, pessoas carregam só aquilo que deixam de ser, o presente é feito de todas as ausêcias." Carrascoza. Recentemente uma de minhas poetas prediletas, Roseana Murray (logo conversaremos sobre ela aqui) escreveu que, ao terminar de ler um livro, quando se apaixona por ele, tem vontade de beijá-lo, como se fosse de carne e osso. Assim me senti quando terminei de ler "aos 7 e aos 40", do escritor João Anzanello Carrascoza, da editora Alfaguara. Queria abraçar aquele homem e dizer-lhe quantas vezes tinha me sentido assim, invadida por palavras que insistiam em não sair. A narrativa poética de Carrascoza nos coloca junto dos silêncios que compõem a vida das personagens. Alternam-se cenas do menino e do homem. Num capítulo, acompanhamos o menino que cresce rodeado de cuidados da mãe e da companhia do irmão, numa infância
Um blog para quem curte Literatura e Psicanálise, não necessariamente nesta ordem.